Lidar com as crianças em casa e ainda conciliar tarefas domésticas e vida profissional não é fácil. Neste momento de quarentena, o acesso das crianças à internet cresceu muito devido ao tempo livre e também aos estudos em casa, e é importante se preocupar com a segurança infantil na internet.
Existem muitas armadilhas no mundo digital que podem trazer grandes danos e consequências negativas. Os pais e responsáveis precisam ficar atentos, conversar com as crianças e implementar ferramentas para aumentar a segurança digital dentro de casa. Dentre os principais riscos, podemos citar:
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Fundação Telefônica, 55% dos jovens latino-americanos já foram vítimas de cyberbullying.
O cyberbullying é a prática de constranger as pessoas na internet espalhando mentiras, compartilhando fotos embaraçosas e humilhando o outro. Os danos psicológicos podem ser muito graves, e essa prática pode desencadear sintomas físicos, como cansaço, perda de sono, dor de cabeça e de barriga. Quando o cyberbullying é praticado, é possível – de certa forma – rastrear os ataques e identificar os agressores.
Este tipo de ameaça pode alcançar as crianças intencionalmente ou acidentalmente, ao acessar sites de download de aplicativos e filmes, clicar em anúncios indevidos e até mesmo dentro de jogos.
Os conteúdos que as crianças são expostas vão desde natureza sexual, racismo e outras causas com discurso de ódio, e podem ser prejudiciais para seu desenvolvimento como indivíduo.
A pandemia causou o aumento da atividade dos pedófilos virtuais durante o isolamento. O que já era uma preocupação em tempos tradicionais se intensificou, e os cuidados precisam ser redobrados.
O Grooming é a prática do agressor em conquistar a confiança das crianças e adolescentes no meio digital e assim abusar e explorar sexualmente. Podem acontecer de duas formas:
As ameaças não param por aí. Além dos riscos que elencamos, é muito comum que as crianças instalem aplicativos maliciosos em seus dispositivos e cliquem em vírus. Porém, não é necessário tomar medidas drásticas, como proibir o acesso à internet. A melhor forma de garantir a segurança infantil na internet é aplicando uma combinação de estratégias.
Segurança infantil na internet = conversa + transparência + controle parental
Separamos algumas dicas práticas para que você comece a analisar a segurança digital em sua casa e implemente as estratégias de proteção:
Disponível para Android e iOS, o Family Link é um aplicativo de controle parental que oferece recursos para limitar o tempo de uso do smartphone, lembrar o horário de dormir, restringir conteúdo e aplicativos, verificar a localização em tempo real e bloquear remotamente o dispositivo. Ele também é capaz de fornecer relatórios que mostram a atividade dos aplicativos – assim você consegue saber quais softwares estão sendo mais acessados pelos seus filhos.
Seu filho tem um canal favorito no YouTube? Com o YouTube Kids, ele poderá assistir aos vídeos sem que você fique preocupado com o acesso a conteúdos inapropriados. A plataforma está disponível para usuários menores de 13 anos, e pode ser personalizada pelos pais com um limite de tempo de tela. Também é possível bloquear vídeos ou canais, e restringir a busca.
Se você deixa seu celular ou computador pessoal e até corporativo com suas crianças, está cometendo um grave erro. Entenda que as crianças possuem menor capacidade para distinguir o que pode ser malicioso ou não na internet, e se o dispositivo for infectado, os malwares terão acesso ao seu aplicativo de banco, números de cartão de crédito, dados pessoais e até dados corporativos.
O ideal é deixar um dispositivo exclusivo para a criança jogar, se divertir e aprender, mas se não puder ter um dispositivo que não tenha nenhum dado que possa ser roubado, invista em um antivírus robusto para seu equipamento.
Todos os dispositivos precisam ter pelo menos um antivírus confiável para bloquear as ameaças e proporcionar um ambiente digital mais seguro. Essas soluções geralmente possuem o controle parental, que irá te ajudar a controlar o tempo de uso do dispositivo, bloquear sites inadequados e promover uma navegação segura para as crianças e adolescentes.
Se você utiliza o Windows como sistema operacional, pode definir restrições de conteúdo, ativar o recurso Consultar o responsável para exigir a aprovação de um adulto para as compras que seu filho fizer na Microsoft Store, e configurar quanto tempo seus filhos podem usar seus dispositivos e apps e em quais horários.
Se a escola das crianças proporciona aulas remotas, também é seu papel cobrar que as plataformas das instituições estejam seguras. Essas plataformas possuem seus dados pessoais e também de seus filhos, que podem ser vazados a qualquer momento.
A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) vem para regulamentar a forma como as empresas usam os seus dados e de seus familiares e como protegem essas informações, afinal, a privacidade é um direito seu.
Se a escola do seu filho realmente se importar com seus alunos e clientes, com certeza estará em conformidade com a LGPD e estará protegendo os seus dados.
A educação sobre segurança digital também é imprescindível. Sempre explique para as crianças quais são os riscos e perigos do mundo digital, mostre casos reais e exemplos de ameaças. A conscientização é a sua melhor aliada, juntamente com a transparência, para que seus filhos te procurem quando houver algo que pareça errado na internet.
Neste período de isolamento social, sabemos o quão desafiador é manter as crianças e adolescentes entretidas em segurança. A internet não precisa ser um local de pânico para os pais, basta saber como manter a segurança infantil na internet.
O que achou das nossas dicas para manter a segurança digital em casa? Conta pra gente nos comentários e compartilhe esse post com seus amigos!